Uma das coisas mais antigas que se conhece é a mentira. A mentira acompanha o homem desde os tempos das cavernas. Aliás, desconfio, desde que o homem começou a ter consciência – Seria Adão ou Eva que começaram a mentir?
Nos tempos antigos, tipo Império Romano e afins, a mentira era oficial. Coisa de constar em atas dos Senado Romano. O que um cidadão "acima de qualquer suspeita" dissesse era tido como verdade. Este foi um tempo de grandes mentiras. Alguém poderá mencionar que a própria Bíblia foi uma grande mentira, mas ai podemos provocar a Ira Sagrada dos fiéis, pior ainda se generalizarmos que outros livros sagrados podem ter sido fulgurantes engodos. Prefiro ficar fora desta polêmica.
Mentiras piedosas sempre acompanharam o trabalho médico. Não conheço um que não use a mentira como terapia, e muito valiosa – os médicos as vezes chamam isso de "efeito placebo". Coloque-se na situação de um medico. Sabedor que se der a notícia completa pode piorar a situação do paciente e se distorcer um pouco os fatos pode dar uma boa dose de esperança – o que pode ser útil na recuperação – o que você faria? Mentira mesmo ! De cara lavada. Seria por um bom motivo.
Do mundo da política, falar de mentiras é como falar do imprescindível. Ora, simplesmente não há política se não houver mentira. Faz parte do "jogo político" a arte da tergiversação, da ressignificação, da re interpretação, em resumo: da mentira. Nem sempre é ruim. Muitas vezes é o último recurso para se barganhar por uma verba fundamental, por uma concessão do executivo, por uma licença vital para muitos contribuintes.
Uma das mentiras que eu mais apoio, por exemplo, é a mentira patrimonial. Me refiro ao mentir para mais quando fazemos cadastros bancários e queremos impressionar o gerente, quando queremos crédito e queremos muito. Mentimos para menos quando entidades filantrópicas nos procuram, quando o pedinte nos aborda na rua. E aqui a mais válida de todas as mentiras: quando estão te assaltando. Você fala a verdade sobre o que possuí e o que o larápio pode levar? Não mesmo, você procura de todas as formas sonegar a verdade. Aqui foi para o saco a sua honestidade. É mentira das boas: "Moço, não tenho mais nada…"; "- Passa o celular!" ; "É pré pago e os créditos esgotaram …"
Não julgo ninguém por mentir. Não posso, eu também minto quando isso vale a pena. Quando é ecológico. Mesmo assim, das mentiras e mentirosos que mais me chamam a atenção, e as vezes até me causam espanto, são aquelas no terreno das relações afetivas as mais interessantes. Especialmente quando o termo "afetivas" pode ser entendido como "muito afetivas" ou sexuais. Ai a mentira corre solta…é ou não é verdade?
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